Média-Arte Digital (MAD) na Educação para a Cidadania - práticas educativas formais e informais no século XXI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25757/invep.v14i3.403

Palavras-chave:

Média-Arte Digital, Educação para a Cidadania, Videoarte, Práticas Educativas Formais e Informais

Resumo

A Média-Arte Digital (MAD) preenche o quotidiano visual das crianças e jovens do século XXI. A diversidade de conteúdos digitais, plataformas de informação e comunicação têm vindo a ampliar, nas últimas duas décadas, a investigação na área da MAD, assim como a relação com os públicos mais jovens, nas práticas formais em sala de aula e nas práticas informais.

Este artigo explora a triangulação educativa entre a intervenção cívica, a criação em MAD e a comunidade jovem - Currículo, Cultura e Comunidade. Em ambiente de sala de aula - Cidadania e Desenvolvimento - duas turmas do 3º Ciclo do Ensino Básico, a frequentar a Escola Básica Vasco da Gama de Sines, são representativas desta articulação, através da qual se questiona se as suas criações multimédia lhes despertam a consciência e intenção artivista para o poder da MAD. Procura conhecer-se que temas interessam aos jovens e de que modo estes atuam na sociedade em que se inserem, dentro e fora da escola, artística, social, digital ou fisicamente.

A metodologia utilizada assenta numa pedagogia interativa e participativa, de acordo com a qual os alunos em sala de aula não são entendidos apenas como seguidores, mas são vistos igualmente como criadores em MAD - videoarte. No contexto da Literacia para a Média-Arte Digital, entendemos ser importante ampliar a comunicação entre docentes e estudantes na promoção da criação artística, digital e cívica. A criação em videoarte nas práticas educativas revela potencial na comunicação massiva e, quando direcionada para causas sociais e ambientais, permite o envolvimento coletivo cívico e artístico dos mais jovens, dentro e fora da escola, bem como a sensibilização das comunidades para temas de pertinência atual.

No final, o artigo apresenta a perceção, a consciência sobre a utilização cívica que os alunos fazem da MAD e a sua capacitação digital mobilizada para a Cidadania, mais participativa nas práticas formais em sala de aula. A escola estimula e permite a participação dos jovens e coloca-lhes desafios atuais sobre o mundo que os rodeia; contudo, nas práticas educativas informais, fora da escola, verifica-se que os jovens não cultivam hábitos de intervenção sociocultural com autonomia. É pouco percetível a intervenção e o desenvolvimento da sua capacitação digital em iniciativas sociais, culturais e artísticas na cidade onde nasceram e vivem.

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Biografias Autor

Sílvia Jermias, CIAC - UALG - UAB

Doutoranda em Média-Arte Digital (MAD), UALG-UAB, é investigadora integrada no Centro de Investigação em Arte e Comunicação (CIAC). Professora do ensino básico na área das artes visuais, multimédia e educação especial, coordenadora local do Plano Nacional de Cinema (PNC) e co-ordenadora Eco-escolas, desenvolve iniciativas artísticas e digitais de comunicação, preservação ambiental e cívicas, em parcerias sociais. O Mestrado em Formação Pessoal e Social (UL-FC) enquadra a Cidadania Artivista e Digital na comunicação interpessoal. Desenvolve voluntariado com instituições internacionais e locais educativas, culturais e cívicas. Coordena o Projeto Artístico Plano B, com jovens da região Sul.

Isabel Cristina Carvalho, Universidade Aberta

Licenciada em Arquitetura (ESAP, 2001), Pós-graduada em Planeamento e Projeto do Ambiente Urbano (FAUP/FEUP, 2004), Pós-graduada em Gestão de Centros Urbano (UM/NUPI, 2003) e Doutorada em Média-Arte Digital (UAb/FCHS-UAlg, 2016). Foi investigadora em Animação Computacional na Faculdade de Media & Comunicação, Bournemouth University, UK (2018-2019). Atualmente é investigadora integrada no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC-UAb), Universidade Aberta, onde desenvolve investigação na área da media arte locativa, em processos de mapeamento colaborativos, visualização de dados, artivismo digital e estudos urbanos feministas. A sua investigação centra-se na interação entre pessoas, espaço urbano e tecnologia, incorporando vozes e experiências individuais na criação de (contra)narrativas comunitárias. Participou em vários projetos internacionais promotores de competências de pensamento inovador para o empreendedorismo artístico e pedagogias digitais. É responsável pelo projeto de investigação "Gender in Map - Women Empowerment in Planning and Urban Development" [CEECIND/04642/2017], financiado pela FCT.

Ana Isabel Soares, Universidade do Algarve

Doutorada em Teoria da Literatura pelo Programa em Teoria da Literatura (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2003) e mestre no mesmo (1996). É Professora Associada na Universidade do Algarve, onde leciona desde 1996 e é vice-diretora do Departamento de Artes e Humanidades e Investigadora no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (UAlg). Publicou livros, capítulos de livros e artigos em revistas especializadas, sobretudo em torno do cinema português. Traduziu várias obras teóricas e poéticas e escreve regularmente nas revistas Umbigo, Almanaque (online) e Algarve Informativo.

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Publicado

10-10-2024

Como Citar

Jermias, S., Carvalho, I. C., & Soares, A. I. (2024). Média-Arte Digital (MAD) na Educação para a Cidadania - práticas educativas formais e informais no século XXI. Da Investigação às Práticas: Estudos De Natureza Educacional, 14(3), e403. https://doi.org/10.25757/invep.v14i3.403