Envolvendo o poder cultural dos mediadores num véu de profissionalidade
DOI:
https://doi.org/10.25757/invep.v14i2.384Palavras-chave:
Mediação, Profissionalização, Poder culturalResumo
O conceito e as práticas de mediação cultural conduziram certamente à constituição de um paradigma, mas não a uma profissão unificada. As actividades desenvolvidas por um pessoal com percursos heterogéneos que operam em contextos organizacionais por vezes distantes têm dificuldade em se resumir a um repertório comum. A formação fragmentada entre várias disciplinas e o seu próprio estatuto, que oscila entre o reconhecimento institucional e o trabalho mais oficioso, deve-se às suas condições de emergência nos 1980-1990, tendo presidido à despolitização dos conteúdos que veicula e à ausência do reagrupamento dos praticantes num corpo de profissões, a fim de impedir o desenvolvimento de um poder cultural como o exercido pelos animadores socioculturais na década anterior. Neste contexto, a profissionalização da intervenção permitiu dissimular o seu carácter político, contrabalançando a ética militante dos mediadores culturais pelo respeito do código deontológico das profissões em causa.
Palavras-chave: Mediação, profissionalização, poder cultural.
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