Crenças de Aprendizagem, Avaliação e Retenção Escolar dos Futuros Professores de 1.º Ciclo do Ensino Básico
DOI:
https://doi.org/10.25757/invep.v12i2.297Palavras-chave:
Crenças, Ensino/aprendizagem, Avaliação, Retenção escolar, Formação de professoresResumo
O objetivo deste estudo foi caracterizar e explorar as relações entre as crenças de aprendizagem, avaliação e retenção escolar dos futuros professores. Responderam a um questionário 103 estudantes inscritos em cursos de ensino do 1.º ciclo do ensino básico (99% do sexo feminino, entre 19 e 49 anos). Os resultados indicaram que a maioria dos futuros professores apresentaram crenças mais positivas em relação ao modelo de aprendizagem construtivista do que ao transmissivo e não têm uma opinião formada sobre a avaliação sumativa ou formativa. Apresentaram também crenças negativas sobre os efeitos da retenção no desenvolvimento socioafetivo dos alunos, não tendo uma conceção definida sobre os seus efeitos no desempenho académico, mas acreditando que é melhor quando realizada no início da escolaridade. As crenças face à retenção escolar estão relacionadas positivamente com as crenças de avaliação sumativa. É discutida a importância da avaliação das crenças dos futuros professores ao longo da sua formação inicial.
Downloads
Referências
Aguiar, R. H. C. (2017). Fracasso escolar e a reprovação pelo docente – um ponto de pressão na práxis. Convenit Internacional, 25, 51–60. http://www.hottopos.com/convenit25/51-60Rafael.pdf
Almeida, S., & Lopo, T. (2015, April 23). Formação inicial de professores do 1.º e do 2.º ciclo – Tendências de organização curricular [Seminário]. Formação Inicial dos Professores. Universidade do Algarve, Faro. https://www.cnedu.pt/pt/iniciativas/seminarios-e-conferencias/1012-materiais-do-seminario-formacao-inicial-dos-professores
Aronson, E., Wilson, T. D., & Sommers, S. R. (2018). Social psychology (10th edition). Pearson
Berger, J. L., Girardet, C., Vaudroz, C., & Crahay, M. (2018). Teaching experience, teachers’ beliefs, and self-reported classroom management practices: A coherent network. SAGE Open, 8(1), 1–12. https://doi.org/10.1177/2158244017754119
Bidarra, M. G., & Festas, M. I. (2005). Construtivismo(s): Implicações e interpretações educativas. Revista Portuguesa de Pedagogia, 39(2), 177–195. https://eg.uc.pt/handle/10316/11548
Boraita, F. (2015). Les croyances de futurs enseignants sur le redoublement au regard de leurs connaissances sur ses effets et de leurs conceptions psychopédagogiques. Revue Des Sciences de l’éducation, 41(3), 483–508. https://doi.org/10.7202/1035314ar
Brown, G. T. L., & Remesal, A. (2017). Teachers’ conceptions of assessment: Comparing two inventories with Ecuadorian teachers. Studies in Educational Evaluation, 55, 68–74. https://doi.org/10.1016/J.STUEDUC.2017.07.003
Buehl, M. M., & Beck, J. S. (2015). The relationship between teachers’ beliefs and teachers’ practices. In H. Fives & M. G. Gill (Ed.), International handbook of research on teachers’ beliefs (pp. 66–84). Routledge
Conselho Nacional de Educação. (2015). Relatório Técnico: Retenção nos Ensino Básico e Secundário. Conselho Nacional de Educação. https://www.cnedu.pt/content/noticias/CNE/Relatorio_Tecnico_-_Retencao.pdf
Crahay, M., Issaieva, E., & Monseur, C. (2014). Les enseignants face au redoublement: Ceux qui y croient et ceux qui n’y croient pas. Étude de leurs conceptions psychopédagogiques et de leur connaissance des recherches. Revue Française de Pédagogie, 187, 35–53. https://doi.org/10.4000/rfp.4467
Crahay, M., Marbaise, C., & Issaieva, E. (2013). What is teachers’ belief in the virtues of student retention founded on? Giornale Italiano Della Ricerca Educativa, VI(11), 75–94. https://ojs.pensamultimedia.it/index.php/sird/article/view/186/174
Decreto-Lei, n.º 55,2018. Diário da República, 1.ª série, n.º 129 de 6 de julho de 2018. https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/55-2018-115652962
Direção Geral de Estatística da Educação e Ciência (2020). Taxa de retenção e desistência (%), por sexo, nível de ensino, ciclo de estudos e anos de escolaridade. https://www.dgeec.mec.pt/np4/248/%7B$clientServlet
Path%7D/?newsId=382&fileName=DGEEC_DSEE_DEEBS_2020_TxRetDes_NUTSIII201.xlsx
Eurydice. (2011). Grade retention during compulsory education in Europe. Regulations and statistics. European Commission. https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/10f14860-12a3-4f9e-b10a-32bee875420d
Goos, M., Pipa, J., & Peixoto, F. (2021). Effectiveness of grade retention: A systematic review and meta-analysis. Educational Research Review, 34, 100401. https://doi.org/10.1016/j.edurev.2021.100401
Goos, M., Schreier, B. M., Knipprath, H. M. E., De Fraine, B., Van Damme, J., & Trautwein, U. (2013). How can cross-country differences in the practice of grade retention be explained? a closer look at national educational policy factors. Comparative Education Review, 57, 54–84. https://doi.org/10.1086/667655
Grilo, H. V. (2019). A avaliação dos alunos do ensino básico. A decisão política, 1992-2001. Chiado Books
Hair, J. F., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2014). Multivariate data analysis. (7th edition). Pearson. https://doi.org/10.1038/259433b0
Hermans, R., van Braak, J., & Van Keer, H. (2008). Development of the Beliefs about Primary Education Scale: Distinguishing a developmental and transmissive dimension. Teaching and Teacher Education, 24(1), 127–139. https://doi.org/10.1016/j.tate.2006.11.007
Isenberg,D. J. (1986). Group polarization: A critical review and meta-analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 50(6), 1141–1151. https://doi.org/10.1037/0022-3514.50.6.1141
Kember, D. (1997). A reconceptualization of the research into university academics’ conceptions of teaching. Learning and Instruction, 7(3), 255-275. https://doi.org/10.1016/S0959-4752(96)00028-X
Lopes, B. da S., Albergaria-Almeida, P., & Martinho, M. (2015). Learning and teaching in Portugal: An analysis of TALIS 2013. Procedia, 186, 630–636. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.04.045
Martinez-Hicks, L. M. (2012). An exploration of how elementary school principals approach the student retention decision process [Doctoral dissertation, George Washington University]. ProQuest LLC. https://www.proquest.com/docview/1039308377
McMillan, J. H., & Nash, S. (2000, April). Teacher classroom assessment and grading practices decision making [Paper presentation]. Annual Meeting of the National Council on Measurement in Education, New Orleans, LA, USA. https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED447195.pdf
Monteiro, V., Mata, L., Santos, N. N. (2021). Assessment conceptions and practices: Perspectives of primary school teachers and students. Frontiers in Education, 6, 631185. https://doi.org/10.3389/feduc.2021.631185
Murphy, P. K., Delli, L. A. M., & Edwards, M. N. (2004). The good teacher and the good teaching: Comparing beliefs of second-grade students, preservice teachers, and in-service teachers. The Journal of Experimental Education, 72(2), 69–92. https://doi.org/10.3200/JEXE.72.2.69-92
Muthén, L. K., & Muthén, B. O. (1998-2017). Mplus statistical analysis with latent variables. User’s guide (8th Edition). Muthén & Muthén. https://www.statmodel.com/download/usersguide/MplusUserGuideVer_8.pdf
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2009). Creating effective teaching and learning environments: First results from TALIS. OECD. http://www.oecd.org/education/school/43023606.pdf
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2013). Inquérito Internacional da OCDE sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS). Questionário para docentes [Instrumento não publicado]. Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2016). PISA, low-performing students: Why they fall behind and how to help them succeed. OECD. https://doi.org/10.1787/9789264250246-en
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2020). PISA 2018 Results: Effective policies, successful schools (Vol. 5). OECD. https://doi.org/10.1787/ca768d40-en
Pajares, M. F. (1992). Teachers’ beliefs and educational research: Cleaning up a messy construct. Review of Educational Research, 62(3), 307–332. https://doi.org/10.3102/00346543062003307
Perrenoud, P. (2003). Dez Princípios para tornar o sistema educativo mais eficaz. In J. Azevedo (Coord.), Avaliação dos resultados escolares. Medidas para tornar o sistema mais eficaz (pp. 103-126). Edições Asa.
Pouliot, L. (1999, April 19-23). A double method approach for a double need: to describe teachers’ beliefs about grade retention, and to explain the persistence of these beliefs [Paper presentation]. Annual Meeting of the American Educational Research Association, Quebec, Montreal. https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED429946.pdf
Ribeiro, V. M., Kasmirski, P. R., Gusmão, J. B. de, Batista, A. A. G., Janomini, M. A., Crahay, M. (2018). Crenças de professores sobre reprovação escolar. Educação em Revista, 34, e173086. https://doi.org/10.1590/0102-4698173086
Rodrigues, M. de L., Alçada, I., Calçada, T., & Mata, J. (2017). Apresentação de Resultados do Projeto Aprender a ler e a escrever em Portugal [Relatório de progresso]. Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência. http://www.epis.pt/upload/documents/592d4bcd461d4.pdf
Santana, M. R. R. (2019). Práticas e representações acerca da retenção escolar. [Doctoral dissertation, Universidade Nova de Lisboa]. Repositório Universidade Nova. https://run.unl.pt/handle/10362/89715
Santos, N. N., & Monteiro, V. (2021). Crenças de professores e estudantes sobre a reprovação no 2.º ano de escolaridade. Revista Brasileira de Educação, 26, e260068. http://doi.org/10.1590/S1413-24782021260068
Serpa, M. S. D. (2010). Compreender a avaliação. Fundamentos para práticas educativas. Edições Colibri
Skott, J. (2015). The promises, problems, and prospects of research on teachers’ beliefs. In H. Fives & M. G. Gill (Ed.), International handbook of research on teachers’ beliefs (pp. 13–30). Routledge
Valbuena, J., Mediavilla, M., Choi, Á., & Gil, M. (2020). Effects of grade retention policies: A literature review of empirical studies applying causal inference. Journal of Economic Surveys, 35(2), 408-451. https://doi.org/10.1111/joes.12406
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Natalie Nóbrega Santos, Vera Monteiro
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os artigos da revista Da Investigação às Práticas: Estudos de Natureza Educacional estão licenciados conforme Creative Commons Attribution License (CC BY-NC 4.0) Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na Da Investigação às Práticas: Estudos de Natureza Educacional sem custos em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos académicos (p.ex. ResearchGate), com a devida citação ao trabalho original.
A revista não aceita artigos que estejam publicado (exceto sob a forma de resumo ou como parte de uma tese), submetidos ou sejam submetidos durante o processo editorial a outras revistas ou publicações. Após publicado o artigo não pode ser submetido a outra revista ou publicação parcial ou totalmente sem autorização da coordenação editorial da Investigação às Práticas: Estudos de Natureza Educacional.