Crescer com o Risco: Comportamentos das crianças e de supervisão do adulto em situações de brincadeiras arriscadas, em contexto de Jardim de Infância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25757/invep.v11i2.240

Resumo

Na sociedade atual, as crianças também brincam, mas brincam de forma diferente. O aparecimento de novas tecnologias, a inexistência de espaço livre para brincar, a diminuição de autonomia e mobilidade são alguns dos fatores que têm vindo a conduzir a uma diminuição do tempo de jogo livre na vida das crianças (Neto & Lopes, 2008).

Inserindo-se numa investigação mais vasta, levada a cabo no âmbito da Prática Profissional Supervisionada do Mestrado em Educação Pré-Escolar da Escola Superior de Educação de Lisboa, sobre as brincadeiras arriscadas em idade pré-escolar e em específico sobre as suas potencialidades para o desenvolvimento integral da criança, o presente estudo tem como objetivos (a) identificar os comportamentos das crianças em situações de brincadeiras arriscadas e (b) identificar os comportamentos de supervisão do adulto em situações de brincadeiras arriscadas.

Para dar resposta aos objetivos delineados, enveredou-se pela realização de um estudo de caso, de natureza qualitativa ou interpretativa, recorrendo-se a diversas técnicas de recolha de dados – observação direta participante e observação indireta, designadamente, entrevistas e focus group apoiadas em recursos audiovisuais, que permitiram dar voz aos intervenientes diretos na ação (crianças, profissionais de educação e famílias).

Os dados recolhidos revelam a existência de uma propensão natural deste grupo de crianças para brincar ao ar livre e de se envolver em brincadeiras arriscadas. Foi igualmente observado no grupo uma diferença de comportamentos entre sexos no que toca a esta tipologia de brincadeiras.  De forma geral, os rapazes tinham mais comportamentos de risco e aderiam mais a brincadeiras arriscadas do que as raparigas, que tinham mais tendência para apontar, comentar e olhar. Também foi visível a presença de comentários de supervisão, tanto por parte de crianças como de adultos, que intensificavam o medo das crianças e acabavam por impedir a sua ação.

Palavras-chave: Brincadeiras arriscadas; Segurança; Supervisão; Espaços interiores e exteriores.

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Biografias Autor

Joana Reis, Escola Superior de Educação de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa

Licenciatura em Educação Básica e Mestrado em Educação Pré-Escolar e tem vindo a realizar investigação sobre a importância do brincar e das brincadeiras arriscadas em contexto de pré-escolar e de 1.º Ciclo do Ensino Básico.

Carla Rocha, Escola Superior de Educação de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa

Professora Adjunta na ESELx no domínio científico da Educação Física, membro do Departamento de Formação e Investigação em Educação e Desenvolvimento. Possui Mestrado em Ciências da Educação (Desenvolvimento Curricular e Avaliação). Tem desenvolvido trabalho de formação e de investigação nas áreas do Desenvolvimento Motor e Aprendizagem e da Didática da Educação Física Infantil

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Publicado

29-09-2021

Como Citar

Reis, J., Friães, R., & Rocha, C. (2021). Crescer com o Risco: Comportamentos das crianças e de supervisão do adulto em situações de brincadeiras arriscadas, em contexto de Jardim de Infância. Da Investigação às Práticas: Estudos De Natureza Educacional, 11(2), 4–47. https://doi.org/10.25757/invep.v11i2.240

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