Momentos de pesquisas sobre relações raciais e relações de classe entre crianças no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.25757/invep.v2i2.48Abstract
Este artigo trata de dois estudos de caso da identidade social e étnico-racial de crianças e, especificamente, do seu processo de socialização racial. O primeiro caso se refere às crianças em estado de pauperização, internadas em instituições assistenciais nas cidades de São Paulo e de Marília, estado de São Paulo. De acordo com as informações, concluímos que a criança institucionalizada é submetida a um processo de “participação-exclusão”, agravadopela ausência da família e pelo preconceito social, por ser pobre e institucionalizada, e étnicoracial, por ser negra. A criança, de modo semelhante à criança da periferia de São Paulo, internaliza esse sentimento de baixa-estima, chamando umas às outras por termos raciais pejorativos. A segunda pesquisa trata de meninas e de adolescentes que trabalham como empregadas domésticas, na cidade de Marília. As informações mostram que elas são estigmatizadas por trabalharem como domésticas. A maior parte das meninas e jovens são negras e sofrem na escola, sendo chamadas de termos raciais derrogatórios. Elas se vêm a si
próprias através de várias denominações de cor da pele, algumas desejando serem consideradas brancas, e somente algumas se identificando como negras.
Downloads
References
Alba, Richard; Nee, Victor. (2005) Remaking the American Mainstream: Assimilation and
Contemporary Immigration. Cambridge: Harvard University Press.
Barth, Fredrik. (2000). Os grupos étnicos e suas fronteiras. In F. Barth. O guru, o iniciador e
outras variações antropológicas. (pp. 25-68) Rio de Janeiro: Contra Capa.
Bazílio, L. C. (1985). O menor e a ideologia de segurança nacional. Belo Horizonte: Vega – Novo
Espaço.
Bernardino, Joaze. (2003). Hierarquia e cor entre empregadas domésticas em Goiânia. In
Barbosa, L.M.A. et al. (Ed.) De Preto a Afro-descendente: trajetos de pesquisa sobre o negro,
cultura negra e relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos: EdUFSCAR, 2003, pp. 227-242
Bierrenbach, M.I. (1987). Instituição fechada e violência: Uma visão de dentro. In Sader, E. et
al. (Ed.), Fogo no pavilhão. São Paulo: Brasiliense. Pp. 37-119.
Burawoy, M. (1991) Prefácio e cap. 13. In M. Burawoy (Ed.). Ethnography Unbound: Power and
Resistance in the Modern Metropolis. (pp.161-177). Berkeley: University of California Press.
Fausto, B. (1984). Crime e cotidiano. São Paulo, Brasiliense.
Fazzi, Rita de Cássia. (2004). O drama racial das crianças brasileiras: Socialização entre pares e
preconceito. Belo Horizonte: Autêntica.
Fernandes, F. (1979). As trocinhas do Bom Retiro. In Fernandes (Ed.). Folclore e mudança social
na cidade de São Paulo (pp. 153-258). Petrópolis: Vozes.
Foracchi, M. M. (1982) A participação social dos excluídos. São Paulo: Hucitec.
Fundação CASA: Centro de Atendimento socioeducativo ao adolescente. (2010). Consultado
em 24 de dezembro de 2011 através de http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/
Goffman, E. (1975). Estigma. Rio de Janeiro: Zahar.
Guimarães, A. (1995). Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora 34.
Guirado, M. (1986). Instituições e relações afetivas. São Paulo: Summus.
Haas, F. (2003) O trabalho infantil doméstico nas cidades de Belém, Recife e Belo Horizonte:
diagnóstico rápido. Brasília: OIT. Consultado em 17 de dezembro de 2003 através de
Kosminsky, E. (1992). A infância assistida. Tese de doutoramento apresentada à Universidade
de São Paulo, São Paulo.
Maggie, Y. (1996). Aqueles a quem foi negada a cor do dia. As categorias cor e raça na cultura
brasileira. In Marcos Chor Maio (Ed.). Raça, etnia e sociedade. Rio de Janeiro: Fio Cruz:CCBB.
Martins, J. de S. (1989). Caminhada no chão da noite. São Paulo: Hucitec.
Mello e Freire. (1986). Relatos de experiência: Relatos da (con)vivência: Crianças e mulheres
da Vila Helena nas famílias e na escola. Cadernos de Pesquisa, 56, 82-105.
Mills, C.W. (2000) Sociological Imagination. Oxford: Oxford University Press. [1959]
Nogueira, O. (1998). Preconceito de Marca: as relações raciais em Itapetininga. São Paulo:
Edusp.
Nogueira, O. (1985) Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais. São Paulo: T. A.
Queiroz.
Oliveira, I. (1999) Desigualdades raciais: construções da infância e da juventude. Niterói:
Intertexto.
Pereira, J. B. B. (1987). A criança negra: Identidade étnica e socialização. Cadernos de Pesquisa,
Fundação Carlos Chagas, 63, 41-45.
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos (1990). Lei No. 8.069,
de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Consultado em 24 de dezembro de 2011 através de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.html
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2008. Pesquisa das Características Étnico-
Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça (PCERP).
Consultado em 25 de dezembro de 2011 através de
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1933&id_pa
gina=1
Park, Robert. (2004). The Nature of Race Relations. In: Les Back; John Solomos. (Ed.). Theories
of Race and Racism. (pp.105-112). London: Routledge.
Pelliano, A. (1993). O mapa da fome II: Informações sobre a Indigência por Município da
Federação. In A. Pelliano (Ed.). Brasília: IPEA. Consultado em 15 de agosto de 2005 através de
Rizzini e Rizzini. (1996). ‘Menores’ institucionalizados e meninos de rua: os grandes temas de
pesquisa na década de 80. In Fausto e Cervini (Ed.). O trabalho e a rua: Crianças e adolescentes
no Brasil urbano dos anos 80. 2ª. Edição. São Paulo: Cortez. Pp. 69-90.
Sansone, L. (1996). Nem somente preto ou negro: o sistema de classificação racial no Brasil
que muda. Estudos Afro-Asiáticos,18, 165-188.
Sant’Anna, W. Dossiê assimetrias raciais no Brasil: Alerta para a elaboração de políticas. Belo
Horizonte: Rede Feminina de Sáude/Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e
Direitos Reprodutivos, 2003. Consultado em 4 de janeiro de 2012 através de
http://www.redesaude.org.br/portal/home/conteudo/biblioteca/biblioteca/dossies-da-redefeminista/
Schwarcz, L. (1999) Questão racial e etnicidade. In S. Micelli (Ed.). O que ler na ciência social
brasileira (1970-1995). 2. ed. São Paulo: Editora Sumaré: ANPOCS; Brasília: CAPES.
Telles, E. E. (2004) Race in another America: The significance of skin color in Brazil. Princeton:
Princeton University.
Valle Silva, N. (1994). Uma nota sobre raça social no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, 26, 67-80.
Violante, M. L. (1985). Para além da humanização. Temas IMESC, 2 (2).
Weber, M. (1964) Comunidades étnicas. In M. Weber (Ed.). Economía y Sociedad (Vol. I, IV,
pp. 315-327). México: Fondo de Cultura Económica.
Winkler, Erin. (2011) Chapter 11. “My Aunt Talks about Black People All the Time”: The
Significance of Extended Family Networks in the Racial Socialization of African American
Adolescents. In Osei-Mensah Aborampah and Niara Sudarkasa (Ed.) Extended Families in Africa
and The African Diaspora. (pp. 273-295).
Downloads
How to Cite
Issue
Section
License
Articles published or submitted to Da Investigação às Práticas are licensed according to Creative Commons Attribution License (CC BY-NC 4.0). Authors agree that:
Copyrights of all articles published are retained by authors with first publication copyright granted to the journal.
All articles are under the Creative Commons Attribution License recognizing the authorship of the publication and identifying that first publication took place in this journal.
Authors have the right to free distribute or make available in private or institutional pages the version published by Da Investigação às Práticas: Estudos de Natureza Educacional provided the original proper citation.
The journal only accepts articles not published previously (except in the form of an abstract or as part of academic thesis), that it is not under consideration for publication elsewhere. After published, the article cannot be published again partial or totally without the editorial board consent.
e-ISSN: 2182-1372