Acolhimento de requerentes e beneficiários de proteção internacional
Da intervenção normativa à intervenção comprometida com uma democracia participativa
DOI:
https://doi.org/10.25757/invep.v12i1.292Palavras-chave:
Acolhimento, Trabalho social, Participação, Direitos humanos, Requerentes e beneficiários de proteção internacionalResumo
A denominada crise de refugiados, teve, na Europa, um crescimento muito significativo a partir de 2015, em grande medida fruto de uma guerra sem fim à vista, na Síria e, já em 2021, devido à crise política e social que espoletou no Afeganistão. Ao chegarem a um novo país, requerentes e beneficiários de proteção internacional têm a legitimidade de esperar que lhes seja permitido o acesso a um lugar seguro para ficar, formas de assegurar as suas necessidades e direitos fundamentais, e liberdade para participar de forma plena em tudo o que as envolva. A questão do acolhimento destas pessoas reflete o desafio da responsabilidade dos Estados e suas instituições, e exige tratar o outro como um cidadão de pleno direito, com o mesmo acesso aos recursos do país e da comunidade onde se instala, mas sem precisar de anular a sua identidade. Com o presente artigo pretende-se refletir acerca dos percursos destas pessoas que, para além das dificuldades em conseguir a documentação que permita a estadia legalizada e usufruto de direitos no novo país, são confrontadas com o desfasamento entre o que as políticas de acolhimento definem, e o que é feito localmente. Nesta medida, ambiciona-se compreender as razões que levam a que tal aconteça, e refletir acerca da necessidade de estas pessoas terem um papel ativo em todo o processo de acolhimento, para que consigam conquistar autonomia, encontrar o seu lugar na comunidade, se assim o desejarem, sem ficarem reféns das ajudas humanitárias.
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