Estudo sobre as diferenças interativas e comunicativas dos educadores e dos pais com crianças em idade pré-escolar

Autores

  • Catarina Veloso Ministério de Educação, Agrupamento de Escolas Santa Catarina
  • Isabel Barroso Parkids
  • Miguel Branco ABEI, Vila Franca de Xira
  • Isabel Fernandes Serviços de Educação de Infância da Santa Casa da Misericórdia de Oeiras
  • Andreia Ferreira AFID Geração
  • Ana Ladeiras AFID CRZ
  • Filipe Brás Pinto Estudante de Mestrado, Escola Superior de Educação de Lisboa
  • Holger Brandes Evangelische Hochschule Dresden (Protestant University of Applied Sciences for Social Work, Education and Nursing)
  • Otília Sousa Instituto de Educação da Universidade de Lisboa http://orcid.org/0000-0001-7755-2418
  • Marina Fuertes Centro de Psicologia da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25757/invep.v8i1.118

Resumo

A investigação sobre a qualidade das interações, a comunicação e a atividade entre crianças e adultos tem sido desenvolvida essencialmente com figuras femininas, continuando por esclarecer o papel dos homens como pares afetivos e promotores do desenvolvimento e bem-estar da criança. Procurámos estudar o comportamento de educadores e de pais com crianças entre os 3 e os 5 anos, sem problemas de desenvolvimento. Neste estudo, 10 educadores (com uma menina e com um menino) e 17 pais (com o seu filho ou filha) foram observados independentemente, na mesma situação semi-experimental. Foi-lhes pedido que realizassem, em 20 minutos, um produto, à sua escolha, com materiais e ferramentas disponibilizadas. Pretendia-se descrever e comparar os dois grupos quanto: i) aos produtos realizados; e uso de materiais e ferramentas; ii) à empatia, atenção, reciprocidade, cooperação, elaboração/fantasia e desafio proposto; e iii) à qualidade da comunicação verbal. O estudo indica que existem estilos de atividade e cooperação distintos nos dois grupos estudados. Comparativamente aos pais, os educadores estimularam mais a exploração de novos problemas e conceitos. Nas díades pai-filho(a) foram elaborados produtos com mais componentes e utilizadas mais ferramentas. Adicionalmente, os pais fizeram mais perguntas de processo e elogios do que os educadores que, por seu lado, realizaram mais perguntas de conteudo, sugestões e críticas. À luz da investigação anterior, refletimos sobre os papéis das figuras masculinas em educação de infância e na família; e o seu contributo para o desenvolvimento da criança.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Andreia Ferreira, AFID Geração

CIED, Escola Superior de Educação de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa

Holger Brandes, Evangelische Hochschule Dresden (Protestant University of Applied Sciences for Social Work, Education and Nursing)

Evangelische Hochschule Dresden (Protestant University of Applied Sciences for  Social Work, Education and Nursing)

Marina Fuertes, Centro de Psicologia da Universidade do Porto



Referências

Albanese, O. (1999). Children’s story comprehension. Psychology of Language and communication, 3(1), 7-17.

Barroso, I. (2015). Estudo sobre as diferenças interativas e comunicativas das educadoras e das mães (Dissertação de mestrado não publicada). Escola Superior de Educação de Lisboa: Lisboa.

Berko Gleason J. & Weintraub S. (1978). Input Language and the acquisition of communicative competence. In K. Nelson (Ed.), Children’s Language 1, (171-222). New York: Gardner.

Bowlby, J. (1969). Attachment and loss (Vol. I). London: Penguin Book.

Brandes, H., Andra, M., Roseler, W. & Schneider-Andrich P. (2012). Does gender make a differenca? Tandem study of a pedagogical activity of female and male ECE workers. Paper presented on the international conference “Men in early childhood education and care”, Berlin.

Brandes, H., Andra, M., Roseler, W. & Schneider-Andrich, P. (2015). Does gender make a difference? Results from the German “tandem study” on the pedagogical activity of female and male ECE workers. European Early Childhood Education Research Journal. 23(3), 315-327. doi: 10.1080/1350293X.2015.1043806.

Camaron, C., Moss, P. & Owen, C. (1999). Men in the nursery: Gender and caring work. London: Paul Chapman Publishing.

Cooney, M. & Bitner, M. (2001). Men in early childhood education: Their emergent issues. Early Childhood Journal, 29(2), 77-82. doi: 10.1023/A:1012564610349.

Cortez, M. (2005). A construção de identidade masculina em profissões tradicionalmente femininas: O caso da educação de infância. (Dissertação de doutoramento não publicada). Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa.

Cortez, M (2008, junho). Género masculino e a profissão do cuidar. Comunicação apresentada no VI Congresso Português de Sociologia, Lisboa.

Fernandes, I. (2015). Será do género dos filhos ou dos pais? Estudo sobre o efeito do género das crianças na qualidade da interação, comunicação e atividade conjunta (Dissertação de mestrado não publicada). Escola Superior de Educação de Lisboa: Lisboa.

Ferreira, A. (2015). Estudo sobre as diferenças interativas e comunicativas de educadores e educadoras com crianças em idade pré escolar (Dissertação de mestrado não publicada). Escola Superior de Educação de Lisboa: Lisboa.

Fuertes, M. (2010). Se não pergunta como sabe? Dúvidas dos pais sobre a educação de infância. In 4.º Encontro de Investigação e Formação – CIED. Lisboa: Escola Superior de Educação de Lisboa/Instituto Politécnico de Lisboa.

Kasiske, J. Krabel, J., Schädler, S., & Stuve, O. (2006): Zur Situation von Män-nern in “Frauen-Berufen” der Pflege und Erziehung in Deutschland. Eine Überblicksstudie. Krabel, Jens/Stuve, Olaf (Ed.). Männer in “Frauen-Berufen” der Pflege und Erziehung. Opladen. Verlag Barbara Budrich.

Kavanaugh, R. & Jirkovsky, A. (1982). Parental speech to young children: A longitudinal analysis. Merril-Palmer Quarterly, 28(2), 297-311.

Meltzoff, A. (1999). Born to learn: What Infants Learn from Watching Us. IN Fox, N. & Warhol, J.G. (Eds.), The Role of Early Experience in Infant Development, Skillman, NJ: Pediatric Institute Publications.

Oliveira-Formosinho, J. (2007). Pedagogia(s) da Infância: Reconstruindo uma práxis de participação. In J. Oliveira-Formosinho, T. Kishimoto & M. Pinazza (Eds.), Pedagogia(s) da Infância: Dialogando com o passado, Construindo com o futuro (pp. 13-36). Porto Alegre: Artmed.

Rimm-Kaufman, S., La Paro, K., Downer, J., & Pianta, R. (2005). The contribution of classroom setting and quality of instruction to children´s behavior in kindergarten classrooms. The Elementary School Journal, 105, 377-394.

Rogoff, B. (2003). The cultural nature of human development. Nova Iorque: Oxford University Press.

Sarmento, T. (2002). Histórias de vida de educadores de Infância. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.

Schweinhart, L., & Weikart, D. (1989). Early childhood experience and its effects. In A. Bond, & E. Compas (Eds.), Primary prevention and promotion in the schools (pp. 81-105). Thousand Oaks: Sage Publish.

Soderstrom, M. (2007). Beyond babytalk: Re-evaluating the nature and content of speech input to preverbal infants. Developmental Review, 27(4), 501-532. doi: 10.1016/j.dr.2007.06.002.

Sousa, O. (2015). Textos e contextos. Lisboa: Media XXI.

Tomasello, M. (2010). Human communication is thus cooperative to the core, and it helps in coordinating collaborative activities as well. MIT Press, Cambridge Massachussets.

Tomasello, M., Conti-Ramsden, G., Ewert, B. (1990). Young children’s conversations with their mothers and fathers: Differences in breakdown and repair. Child Language, 17, 115-130. doi: 10.1017/S0305000900013131.

Torres, A. (2001). Casamento e género: mudança nas famílias contemporâneas a partir do caso português. Interseções, 3(2), 53-70.

Torres, A., Marques, A. & Maciel, D. (2011). Gender, work and family: balancing central dimensions in individuals’ lives. Sociologia on Line, 2, 11-37.

Uhrig, K. (2006). Motivationslage männlicher Fachkräfte und Evaluierung von Person-algewinnungsmaßnahmen für männliche Fachkräfte im Tätigkeitsbereich von Kindertages-einrichtungen in städtischer und freier Trägerschaft in Frankfurt am Main. Summary of overall results. Frankfurt.

Vasconcelos, T. (2004). A educação de infância é uma ocupação ética. Revista Portuguesa de Pedagogia, Infância, Família, Comunidade e Educação. 38(1-3), 109-127.

Vandenbroeck, M. & Peeters, J. (2008). Gender and professionalism: A critical analysis of overt and covert curricula. Early Childhood Development and Care, 178(7), 703–715. doi: 10.1080/03004430802352061.

Vygotsky, L. (1978). Mind in Society: The development of higher psychological processes. Cambridge, Mass.: Harvard University Press.

Watermann, L. (2006). Erzieher auch ein Beruf für Männer. Eine Untersuchung zur Motivation, die Rolle als Mann, Vorstellungen und Berufsperspektiven in der Ausbildung zum Erzieher. Göttingen. Gleichstellungsstelle des Landkreises Göttingen, own print.

Yoder, P., Davies, B. & Bishop, K., (1994). Reciprocal Sequential Relations in Conversations Between Parents and Children With Developmental Delays. Journal of Early Intervention, 18(4), 362-379. doi:10.1177/105381519401800406.

Downloads

Publicado

27-03-2018

Como Citar

Veloso, C., Barroso, I., Branco, M., Fernandes, I., Ferreira, A., Ladeiras, A., … Fuertes, M. (2018). Estudo sobre as diferenças interativas e comunicativas dos educadores e dos pais com crianças em idade pré-escolar. Da Investigação às Práticas: Estudos De Natureza Educacional, 8(1), 94–116. https://doi.org/10.25757/invep.v8i1.118

Edição

Secção

Artigos