Comportamentos interactivos das educadoras de infância em salas de creche em função do tipo de actividades e das características estruturais do contexto

Autores

  • Ana Susana Almeida Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve
  • Cecilia Aguiar Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve
  • Ana Isabel Pinto Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve

DOI:

https://doi.org/10.25757/invep.v2i1.44

Resumo

O presente artigo pretende examinar a quantidade, qualidade e adequação dos
comportamentos interactivos das educadoras em salas de creche, em actividades livres e
estruturadas, investigando a sua relação com aspectos de estrutura destes contextos.
Participaram neste estudo 30 responsáveis por salas de creche da Área Metropolitana do
Porto (incluindo 5 auxiliares de acção educativa). Os comportamentos interactivos das
educadoras foram avaliados com a Escala de Interacção Educador-Criança (Farran, & Collins
1995). Os resultados obtidos sugerem que as educadoras exibem maior quantidade de
comportamentos interactivos no decurso de actividades estruturadas (r = .65) e que a
adequação destes comportamentos é superior quando estes profissionais têm bacharelato
ou licenciatura (rь=.57), quando auferem salários superiores (r = .42) e quando despendem
menos horas de trabalho directo com as crianças (r = -.37). A qualidade dos
comportamentos interactivos está relacionada com o salário auferido (r = .43). As
implicações práticas dos resultados obtidos são discutidas com o objectivo de analisar
formas possíveis de alcançar níveis de excelência em contextos de educação de infância.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aguiar, C., Bairrão, J., & Barros, S. (2002). Contributos para o estudo da qualidade em

contexto de creche na Área Metropolitana do Porto. Infância e Educação: Investigação e

Práticas, 5, 7-28.

Almeida, A. S. (2007). Comportamentos interactivos das educadoras e envolvimento das crianças

em contexto de creche. Tese de mestrado apresentada à Faculdade de Psicologia e de

Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal.

Arnett, J. (1989). Caregivers in day-care centers: Does training matter? Journal of Applied

Developmental Psychology, 10, 541-552.

Bairrão, J. (1995). A perspectiva ecológica em Psicologia da Educação. Psicologia, X(3), 7-30.

Bairrão, J. (1998). O que é a qualidade em educação pré-escolar? Alguns resultados acerca

da qualidade pré-escolar em Portugal. In DB/GEDEP (Ed.), Educação Pré-escolar: Qualidade e

projecto na educação pré-escolar (pp. 43-88). Lisboa: Departamento de Educação Básica.

Gabinete para a expansão e desenvolvimento da educação pré-escolar do Ministério da

Educação.

Barros, S., & Aguiar, C. (2010). Assessing the quality of Portuguese child care programs for

toddlers. Early Childhood Research Quarterly, 25, 527-535.

Berk, L. (1985). Relationship of caregiver education to child-oriented attitudes, jog

satisfaction, and behaviors toward children. Child Care Quarterly, 14(2), 103-129.

Bredekamp, S. (1987). Developmentally appropriate practice in early childhood programs serving

children from birth through age 8. Expanded Edition. Washington, DC: National Association

for the Education of Young Children.

Bredekamp, S., & Couple, C. (Eds.). (1997). Developmentally appropriate practice in early

childhood. Revised Edition. Washington, DC: National Association for the Education of

Young Children.

Bryant, D.M., Zaslow, M., & Burchinal, M. (2010). Issues in measuring program quality. In

P.W. Wesley & V. Buysse (Eds.), The quest for quality: Promising innovations for early childhood

programs (pp. 47-67). Baltimore: Paul H. Brookes Publishing Co.

Decreto-Lei n.º 240/2001. Perfil Geral de Desempenho Profissional do Educador de Infância.

Diário da República – I Série – A, N.º 201 – 30 de Agosto de 2001, 5569-5572.

Decreto-Lei nº 15/2007. Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos

Professores dos Ensinos Básico e Secundário. Diário da República – I Série – Nº 14 – 19 de

Janeiro de 2007, 501-547.

de Kruif, R. E. L., & McWilliam, R. A. (1999). Multivariate relationships among

developmental age, global engagement, and observed child engagement. Early Childhood

Research Quarterly, 14, 515-536.

de Kruif, R. E. L., McWilliam, R. A., & Ridley, S. M. (2001). Teachers’ interaction behaviors with

toddlers and preschoolers. Manuscrito não publicado. University of North Carolina at Chapel

Hill.

de Kruif, R. E. L., McWilliam, R.A., Ridley, S. M., & Wakely, M. B. (2000). Classification of

teachers´ interaction behaviors in early childhood classrooms. Early Childhood Research

Quarterly, 15, 247-268.

Edwards, S. (2007). From developmental-constructivism to socio-cultural theory and

practice: An expansive analysis of teachers’ professional learning in early childhood

education. Journal of Early Childhood Research, 5(1), 83-106.

European Child Care and Education Study Group. (1997a). European Child Care and

Education Study: Cross national analyses of the quality and effects of different types of early

childhood programs on children’s development. Final report package # submitted to European

Union DG XII: Science, Research and Development. RTD Action: Targeted Socio-Economic

Research.

European Child Care and Education Study Group. (1997b). Questionário de Avaliação das

Características Estruturais de estabelecimentos de Educação Pré-Escolar/Creche – Entrevista com o

Educador/Adulto responsável pelo grupo/sala (QSC-T). Centro de Psicologia da Universidade do

Porto. Linha de Investigação nº 3: Psicologia do Desenvolvimento e Adaptação da Criança,

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Farran, D. C. & Collins, E. N. (1995). Teacher/Child Interaction Scale. Department of Teaching

and Learning, Vanderbilt University, Nashville, TN.

Farran, D. C. & Collins, E. N. (1996). Teacher/Child Interaction Scale training videotape and

workbook. Department of Teaching and Learning, Vanderbilt University, Nashville, TN.

Farran, D. C. & Son-Yarbrough, W. (2001). Title I funded preschools as a developmental

context for children’s play and verbal behaviours. Early Childhood Research Quarterly, 16, 245-

File, N. (1994). Children’s play, teacher-child interactions, and teacher beliefs in integrated

early childhood programs. Early Childhood Research Quarterly, 9, 223-240.

File, N., & Kontos, S. (1993). The relationship of program quality to children’s play in

integrated early intervention settings. Topics in Early Childhood Special Education, 13, 1-18.

Gamelas, A. M. (2003). Contributos para o estudo da qualidade de contextos pré-escolares

inclusivos. Psicologia, XVII (1), 195-226.

Grande, C. (2010). Estudo do impacto das interacções educadora-criança no envolvimento das

crianças com necessidades educativas especiais em contexto de creche e de jardim de infância.

Tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

Universidade do Porto, Portugal.

Grego, T. (2003). Padrões de comportamento das educadoras de infância: Estudo

exploratório para a compreensão das interacções em contexto de jardim-de-infância.

Psicologia, XVII(1), 137-160.

Howes, C. (1983). Caregiver behavior in center and family day care. Journal of Applied

Developmental Psychology, 4, 99-107.

Howes, C. (1997). Children’s experiences in center-based child care as a function of

teacher background and adult: child ratio. Merrill Palmer Quarterly, 43, 404-425.

Howes, C., Phillips, D. A., & Whitebook, M. (1992). Thresholds of quality: Implications for

the social development of children in center-based child care. Child Development, 63, 449-

Jingbo, L., & Elicker, J. (2005). Teacher-child interaction in Chinese kindergartens: An

observational analysis. International Journal of Early Years Education, 13(2), 129-143.

Kishida, Y., & Kemp, C. (2006). A measure of engagement for children with intellectual

disabilities in early childhood settings: A preliminary study. Journal of Intellectual &

Developmental Disability, 31(2), 101-114.

Klein, P. S., & Feldman, R. (2007). Mothers´ and caregivers´ interactive and teaching

behaviour with toddlers. Early Child Development and Care, 177(4), 383-402.

Kontos, S. & Wilcox-Herzog, A. (2002). Teacher preparation and teacher-child interaction in

preschools: Clearinghouse on Elementary and Early Childhood Education. Consultado em 2 de

Agosto de 2007 através de http://www.dgo.pt.

Mahoney, G., & Wheeden, C. A. (1999). The effect of teacher style on interactive

engagement of preschool-aged children with special needs. Early Childhood Research

Quarterly, 14, 51-68.

McWilliam, R. A., de Kruif, R. E. L., & Zulli, R. A. (2002). The observed construction of

teaching: Four contexts. Journal of Research in Childhood Education, 16, 148-161.

National Institute on Child Health and Human Development Early Child Care Research

Network. (1996). Characteristics of infant child care: Factors contributing to positive

caregiving. Early Childhood research Quarterly, 11(3), 296-306.

National Institute on Child Health and Human Development Early Child Care Research

Network. (2000). Characteristics and quality of child care for toddlers and preschoolers.

Applied Developmental Science, 4, 116-135.

National Institute on Child Health and Human Development Early Child Care Research

Network. (2002). Child-care structure-process-outcome: Direct and indirect effects of

child-care quality on young children’s development. Psychological Science, 13, 199-206.

National Institute on Child Health and Human Development Early Child Care Research

Network. (2006). Child-care effect sizes for the NICHD study of Early Child Care and

Youth Development. American Psychologist, 61, 99-116.

NDoro, V., Hanley, G. P., Tiger, J. H., & Heal, N. A. (2006). A descriptive assessment of

instruction-based interactions in the preschool classroom. Journal of Applied Behavior

Analysis, 39, 79-90.

Odom, S. L., & Wolery, M. (2003). A unified theory of practice in early intervention/early

childhood special education: evidence-based practices. The Journal of Special Education, 37,

-173.

Pinto, A. I. (2006). O Envolvimento da criança em contexto de creche: Os efeitos de

características da criança, da qualidade do contexto e das interacções educativas. Tese de

doutoramento apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

Universidade do Porto, Portugal.

Pinto, A. I., Grande, C. Novais, I. & Bairrão, J. (2005). Interacções educador-criança em

contexto de creche: Uma abordagem qualitativa. In J. Bairrão (Org.), Desenvolvimento:

Contextos familiares e educativos (pp. 30-72). Porto: LivPsic.

Phillipsen, L. C., Burchinal, M. R., Howes, C., & Cryer, D. (1997). The prediction of process

quality from structural features of child care. Early Childhood Research Quarterly, 12, 281-303.

Portugal, G. (2000). Educação de bebés em creche: Perspectivas de formação teóricas e

práticas. Infância e Educação: Investigação e Práticas, 1, 85-106.

Raspa, M. J., McWilliam, R. A., & Ridley, S. M. (2001). Child care quality and children’s

engagement. Early Education and Development, 12(2), 209-224.

Shonkoff, J., & Phillips, D. (Eds.). (2000). From neurons to neighbourhoods: The science of early

childhood development. Washington, DC: National Academy Press.

Tietze, W., Cryer, D., Bairrão, J., Palácios, J., & Wetzel, G. (1996). Comparisons of

observed process quality in early child care and education programs in five countries. Early

Childhood Research Quarterly, 11, 447-475.

Vandell, D. L., Belsky, J., Burchinal, M., Steinberg, L., Vandergrift, N., & NICHD Early Child

Care Research Network (2010). Do effects of early child care extend to age 15 years?

Results from the NICHD study of early child care and youth development. Child

Development, 81(3), 737-756.

Vandell, D. L., & Wolfe, B. (2000). Child care quality: does it matter and does it need to be

improved? Consultado em 14 de Agosto de 2007 através de

http.//aspe.os.dhhs.gov/hsp/ccquality00/ccqual.htm.

Vasconcelos, T. (2006). A Educação de Infância: Proposta de reflexão para um debate nacional

sobre educação. Escola Superior de Educação. Instituto Politécnico de Lisboa. Consultado

em 23 de Julho de 2007 através de

www.debatereducacao.pt/index.php?option=com_docman&task=download&gid=35-

Vygotsky, L. S. (1978). Mind in society: The development of higher psychological processes.

Cambridge, MA: Harvard University Press.

Whitebook, M., Howes, C., & Phillips, D. (1989). Who cares? Child care teachers and the

quality of care in América: National Child Care Staffing Study. Final Report. Washington, DC:

National Center for the Early Childhood Work Force. In Regulations of child care, Briefs, 2,

Winter 2002. Disponível em http://www.ncedl.org.

Wilcox-Herzog, A., & Ward, S. L. (2004). Measuring teachers’ perceived interactions with

children: A tool for assessing beliefs and intentions. Early Childhood Research & Practice, 6(2),

-16.

Downloads

Como Citar

Almeida, A. S., Aguiar, C., & Pinto, A. I. (2015). Comportamentos interactivos das educadoras de infância em salas de creche em função do tipo de actividades e das características estruturais do contexto. Da Investigação às Práticas: Estudos De Natureza Educacional, 2(1), 94–117. https://doi.org/10.25757/invep.v2i1.44

Edição

Secção

Artigos