Arte, Infância e Pedagogia cultural
DOI:
https://doi.org/10.25757/invep.v9i1.167Resumo
Nesta comunicação de cariz ensaístico, contrapomos a um conceito de infância “edulcorada”, abordada e criticada por autores recentes, uma outra aproximação à infância a partir de premissas culturais e artísticas contemporâneas, assim como a partir das imagens que se (re)interpretam continuamente no nosso quotidiano mediático, a partir de artefactos artísticos visuais polémicos. Nestes, a infância tem surgido ultimamente com contundência e impacto e com uma intensidade que não conhecíamos há muito, pelo menos, desde a famosa fotografia de My Lai, no Vietnam, e da menina que corria com o corpo queimado por uma bomba de napalm americana e que, segundo muitos, ajudou a terminar com a guerra do Vietnam. Entramos, então, no campo das chamadas pedagogias culturais, não necessariamente “escolares”, porque não buscam a transmissão obsessiva de um conhecimento por repetição. Podemos, grosso modo, defini-las como aquelas que permitem uma fuga ao discurso institucional academizante. Mais do que isso, permitem empossar as práticas educativas com a energia das coisas vividas e, daí, elaborar outros discursos para a infância, e para os complexos contextos onde ela hoje se move, seja a partir das imagens dessa infância martirizada numa qualquer cidade da Síria, seja a partir dessa infância africana ou asiática, meio-escrava, tão diligentemente expressa por alguns artistas visuais contemporâneos nas suas manifestações de arte de rua.
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